18ª Felinju: empresários esperam aumento de 20% nas negociações

De acordo com o Texbrasil, Programa de Internacionalização da Indústria da Moda, criado pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), em 2014 o faturamento da cadeia têxtil e de confecção no País alcançou 55,4 bilhões de dólares. O setor emprega 16,4% dos brasileiros e representa 5,7% do faturamento da Indústria de Transformação. Mesmo em meio a esses números significativos, em 2014 foram eliminados 20 mil postos de trabalho e, de acordo com a Abit, o ano de 2015 não será fácil para o setor. Rafael Cervone, presidente da entidade, acredita que a retomada do crescimento só deve ocorrer a partir de 2016. E apesar desse cenário pouco otimista, o polo mineiro de moda íntima (Juruaia) ainda não sentiu a crise.

Entre os dias 30 de abril e 2 de maio acontece a 18ª edição da Felinju – Moda e Lingerie de Juruaia que, todos os anos, recebe visitantes e empresários de várias partes do País. Em 2014, compareceram 28 mil pessoas em quatro dias de evento e um faturamento de R$ 10 milhões. “Este evento é muito aguardado pelas confecções e pelos visitantes. Tornou-se um grande palco de negócios para a cidade, com transações que se estendem até o final do ano”, diz Tânia Mara Rezende, presidente da Associação Comercial e Industrial de Juruaia e entidade organizadora do evento.

Em relação a 2014, os empresários de Juruaia esperam um aumento de 20% nas negociações. Rúbia Azevedo Castro, proprietária da Donna Dolce Lingerie, acredita que não será afetada pela crise. “Minha empresa não sofreu em janeiro, quando normalmente as vendas caem. Ao contrário, tenho obtido crescimento de mais de 100% ao mês”.  

Os empresários de Juruaia colocam em pauta uma realidade gerada pela crise: pessoas que buscam na lingerie um modo de aumentar sua renda. “Historicamente, nos momentos de crise a Felinju tem um aumento no seu volume de negócios por conta de novos clientes que desejam aumentar sua renda com o comércio de lingerie. Para os empresários de Juruaia, a crise é uma oportunidade de fechar excelentes negócios”, explica Tânia Mara Rezende, proprietária da Intima Passion e presidente da ACIJU. Essa é a mesma opinião de Daniel Marques, diretor comercial da Doce Paixão: “trabalhar com lingerie sempre é uma forma de ampliar a renda familiar e em tempos de crise acaba por trazer novos parceiros para o segmento e, consequentemente, novos clientes”. Lúcia Correia, responsável pelo marketing da Ouseuse Lingerie, tem o mesmo pensamento: “apostamos que a Felinju será um evento que atrairá novos clientes em busca de novas oportunidades de renda”.

Rene Wagner Silva, proprietário da Psil Lingerie, também acredita que a lingerie é uma forma de sair da crise, já que proporciona, a quem revende, rentabilidade de 100%. “Muitos clientes dependem das revendas de nossos produtos como forma de sustento e, por isso, não vão deixar de comprar. Não acredito que a crise irá atrapalhar Juruaia, pois até o momento não a vimos bater em nossa porta”, comenta Sidinéia Ribeiro, sócia proprietária da Oficina do Pijama.

É a primeira vez que a empresa New Face irá participar da Felinju. A gerente de vendas da marca, Fernanda Hautz, diz estar com ótimas expectativas em relação ao evento. “Na verdade, irá ajudar (a crise), pois com o aumento do índice de desemprego, muitas mulheres estão investindo nesse mercado. Já notamos um aumento no número de pessoas em busca de revendas de lingerie”.

Felinju

Maior evento anual do polo mineiro de moda íntima, a Felinju está em sua décima oitava edição. Tem como objetivos apresentar a coleção outono/inverno do polo e fomentar os negócios através de desfiles e palestras. Desde a edição de 2014, a Felinju conta a participação de outros segmentos da moda. A 18ª Felinju irá acontecer nos dias 30 de abril, 1º e 2 de maio, no Centro de Eventos ExpoJuruaia, localizado na Rodovia Juruaia/Muzambinho, Km 2. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..