Fiel às suas origens, revendedoras seguem sendo protagonistas de um dos maiores polos de moda íntima do país
Há cerca de um ano o Brasil retomava aos poucos o funcionamento das atividades presenciais com a chegada do “novo normal”, pós a fase crítica da pandemia. Muitos setores conseguiram sobreviver equilibrando pratos, a exemplo da indústria têxtil e de confecção, que apresentou crescimento em 2021, mesmo em meio às pressões do período e do forte aumento de custos. Segundo as entidades de classe, o empresariado afirma que teve que buscar oportunidades, trazer novos produtos para o mix e equilibrar as oscilações do preço das matérias-primas.
A cidade de Juruaia, capital da moda íntima, localizada no sudoeste de Minas Gerais, que possui cerca de 10 mil habitantes e mais de 200 fábricas de lingerie, é um exemplo de sucesso nesse período que jamais será esquecido.
Juruaia respira contato com o público, respira vendas, respira oportunidades. Seu polo industrial vende aproximadamente dois milhões de peças por mês, especialmente, no atacado. São as dezenas de revendedoras que chegam a cidade diariamente de todas as partes do país e, até mesmo de fora, ou mesmo pela Internet, responsáveis por tamanha movimentação nas vendas.
Grandes gigantes do setor de cosméticos e outros ramos de atuação, para se manterem em pé durante os dias incertos, tiveram que retomar as suas origens e voltar o olhar a esse público vital.
“Em Juruaia as responsáveis por “carregar o piano”, expressão usada para falar de alguém que cumpre uma função importante dentro de uma equipe, foram as revendedoras, que se mantiveram em atividade na pandemia. Inclusive, muitas lojas registraram aumento nas vendas justamente para esse público, fazendo novos clientes”, conta a presidente da Associação Comercial e Industrial de Juruaia (ACIJU), Tânia Mara Rezende.
Essas mulheres trouxeram de forma presencial ou virtual a força para que o pólo seguisse competitivo. Prova do êxito de Juruaia é que não houve demissões na pandemia. O que ocorreu foi o crescimento na demanda por mão de obra terceirizada (facções e pequenas oficinas de costura). Atualmente, muitas lojas buscam por costureiras e vendedores para se prepararem para as vendas do segundo semestre, que prometem surpreender.
“O foco na revendedora é essencial, já que seja da forma tradicional do porta a porta, WhatsApp ou plataformas digitais, essa profissional faz algo que jamais sairá de moda: a venda consultiva, atuando como consultoras, escutando o potencial cliente e entendendo suas necessidades antes de oferecer produtos”, conta Tânia.
A chegada do verão traz aquele calor para as vendas, refletido em números bastante expressivos quando se fala no comércio de lingeries, biquínis e moda fitness. É nessa época que Juruaia “bomba” ainda mais com a chegada das revendedoras e lojistas que vem para o FESTlingerie, visando estrategicamente a proximidade do Natal e festas do final de ano. Nesse ano, em Juruaia, esses compradores terão acesso as 50 empresas responsáveis por apresentar durante o FESTlingerie, que vai começar no dia 7 e vai até 10 de setembro, as novidades das coleções primavera/verão 2023.
A 18ª edição do FESTlingerie tem como foco atrair os lojistas e os revendedores que compram com a intenção de trabalhar um negócio próprio. “Esperamos superar as vendas do ano passado e movimentar mais de R$5 milhões. A expectativa é registrar crescimento de, pelo menos, 20% em comparação à última edição”, afirma Tânia.
Durante o FESTlingerie as lojas participantes irão promover desfiles abertos ao público, nos dias 7 e 10 de setembro, às 11h e às 14h30, no Vila Fest, a nova praça dos visitantes de Juruaia.
Serviço:
18º FESTlingerie
Data: De 7 a 10 de setembro de 2022
Onde: Cidade de Juruaia
Desfiles: Dias 7 e 10 de setembro, às 11h e às 14h30, no Vila Fest, a nova praça dos visitantes de Juruaia.