Cidade mineira vira pólo de moda íntima
Belo Horizonte - Com cerca de 90 empresas de confecções e uma produção mensal de aproximadamente 300 mil peças íntimas, Juruaia, no sul do Estado de Minas, se transformou na capital mineira da lingerie. Os produtos têm boa aceitação no mercado, o que faz do setor a maior fonte geradora de renda e empregos do município.
Até esta sexta-feira (10), atacadistas de todo o País têm a oportunidade de conhecer de perto os produtos de 16 empresas da cidade que participam da Imagine 2007 - Negócios da Moda em Minas, realizada no Expominas, em Belo Horizonte.
Há menos de um ano, a professora Haydée de Castro Segreti e o dentista Luiz Alberto Sebreti resolveram montar uma fábrica de confecção. No início, a produção era pequena, mas logo se expandiu.
A empresa, que ganhou o nome da professora, Haydée Moda Íntima, possui dez funcionários, a maioria filhos e sobrinhos do casal. De acordo com Luiz Alberto, o público alvo são mulheres entre 17 a 35 anos. “O nosso diferencial é que trabalhamos o conforto e a qualidade dos produtos com preços acessíveis para as clientes”, diz.
A empresária Geralda Joelma Reis, proprietária da Nuance Lingerie, também começou com muita com dificuldade, há 14 anos, confeccionando calcinhas. Logo, a produção cresceu e se diversificou. Agora, a fábrica conta com 56 funcionários e produz peças com tactel e materiais sofisticados, como o modal.
“É um material feito da mistura do algodão com resíduos de bambu. A vantagem é que a peça não marca o corpo e não estraga com facilidade, como a lycra. Mas o preço chega a ser 80% mais caro”, explica Rogéria Vieira, gerente da empresa.
Para Rogéria, a coleção é influenciada pelo próprio consumidor e principalmente pela mídia. “As novelas ditam muito as tendências. Os clientes nos procuram querendo uma lingerie igual a que a personagem usa”, lembra.
Incentivo
Integrantes do Arranjo Produtivo Local (APL), apoiado pelo Sebrae Minas, as 90 indústrias de lingerie de Juruaia geram mais de 1.500 empregos diretos na cidade. Com as vendas, o setor fatura cerca de R$ 1,5 milhão por mês.
“Nossa expectativa é que até o final de 2009 a comercialização cresça de 7% a 10%, quando também estaremos preparados para exportar”, explica o empresário e presidente da Associação Comercial e Industrial do município (Aciju), João Carlos Boscaro. Segundo ele, cerca de 50% das peças são vendidas em São Paulo. O restante da produção é comercializada em 20 estados do país.
Fonte: Simone Guedes (Sebrae Minas)