Pequenas e grandes marcas de lingerie aproveitam bom momento da economia e abrem lojas exclusivas em Minas.
De olho na renda mais alta do consumidor e do dinheiro novo dos clientes das classes C e D, grandes indústrias de lingerie investem em Minas Gerais, com lojas exclusivas das marcas Hope, Valisère e Marisa. A concorrência promete, no mínimo, uma farta oferta de produtos, já que as tradicionais fábricas mineiras do polo de Juruaia, no Sul do estado, também retiraram planos de expansão dos escritórios. Elas já contabilizam a experiência e os resultados do comércio de peças em mercados tão distantes quanto o Acre e o Amapá.
A Hope abriu sua primeira franquia em Belo Horizonte, no BH Shopping, e acaba de inaugurar um ponto de vendas em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Os planos da empresa incluem mais cinco ou seis lojas na capital mineira, além de pontos exclusivos em Juiz de Fora, na Zona da Mata, onde tem uma franquia; Sete Lagoas, na Região Central do estado; Montes Claros, ao Norte; Governador Valadares, no Leste de Minas, e Poços de Caldas, no Sul. A intenção é montar uma rede de 10 a 12 franquias nos próximos dois anos, com recursos estimados dos franqueados de até R$ 6 milhões, informou o diretor comercial da marca, Carlos Eduardo Padula. “Minas Gerais, como terceira economia do país, tem um forte potencial de vendas e é prioridade no nosso programa de expansão”, afirma o executivo. Eduardo Padula observa que a melhora dos rendimentos do brasileiro não explica sozinha a ascensão da lingerie de objeto considerado necessário para peça valorizada no guarda-roupa de mulheres e homens. Esse trampolim para o setor surgiu de uma mudança de comportamento no mercado internacional, que transformou a roupa íntima em moda.
A primeira franqueada da Valisère em Minas, Juliana Moraes, que já comanda a rede mineira multimarca de lingerie água Fresca, concorda com Padula. “As peças ganharam atributos e houve uma diversificação para os tops, camisetas e a linha dedicada à noite. Há muita demanda”, afirma. Os investimentos na loja Valisère montada no BH Shopping somaram cerca de R$ 1 milhão. Nas quatro lojas da água Fresca, empresa aberta por Juliana Moraes em 1996, a produção própria de lingerie começou a chegar às prateleiras há dois anos e agora se acomoda junto a peças importadas da marca francesa Chantelle. A Marisa, maior rede de moda feminina, com 278 lojas físicas no país e um ponto de vendas virtual, informou ter planos agressivos de crescimento na linha de lingerie, com a aposta em lojas exclusivas para esse tipo de peça. A empresa abriu as portas da primeira unidade dessas, ontem, no Barreiro, e inaugura loja diferenciada no Shopping Cidade, na semana que vem.
Em Juruaia, as oportunidades da economia em crescimento são vistas num ritmo impressionante. Desde o ano passado, uma fábrica de lingerie é aberta, em média, todo mês, segundo Izabel Cristina Gonçalves, presidente da Associação Comercial e Industrial do município, que conta com 150 empresas de lingerie de marca própria e 30 facções. A produção, de 4 milhões de peças anuais, tem crescido 30% ao ano, mediante investimentos em maquinário, formação de pessoal e tecnologia de ponta. “Queremos crescer mais. Nosso foco é a expansão em Minas e no interior de São Paulo, mas já vendemos por meio de representantes em todo o país”, afirma Izabel Gonçalves.
Fonte: Estado de Minas